quarta-feira, 15 de maio de 2024

ARRIBAÇÃO energias: eólicas, hidroelétricas e poéticas

 

Dia 13, segunda feira, faz sol e calor. 

De Garanhuns à Paulo Afonso, três horas de carro, no meu ritmo.

A paisagem é marcada pela lógica do mercado e sua urgência por  maquinarias. 






Mover motores exige moldar a paisagem. 

Rio vira lago, serra vira plantação de hélices gigantes. 

É bonito, necessário, mas... 










Paulo Afonso, a cidade, tem parques agradáveis, tento desfrutar, mas o rescaldo do dia anterior se apresenta.

Corpo cansado, pelo desacostume das horas no carro e pelo excesso no morro da vulva carmim e dos cristais roseos.  

A cabeça em dúvida: vou até Canudos ou sigo direto para o Sul? 

Sul, que no caso ainda é norte da Bahia.

Tento aferir penas e danos, ganhos e desfrutes.

Navegando na rede (bendita máquina e a energia que a torna possível),  busco informações sobre o Parque Estadual de Canudos.  

Sou tomada pela poesia de  imagens em totens de vidro. Rostos com semblante imponente e olhos que vaticinam:  "Vocês não nos esquecerão!".

Se tais olhos lá existiram e resistiram, se houve quem os registrasse e preservasse, se há quem os exponha no local onde foram assassinados, haverá também quem lhes ofereça o olhar. 

Dia 14, acordei energizada pelo desejo de ser um desses.

Fui, por homenagem ou por um incontrolável vício.



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