À convite da artista Andrea Mendes passei as últimas semanas às voltas com o acervo do Museu da Cidade, na organização da exposição OCUPAÇÃO ESCRITAS OCULTADAS.
Não foi a minha primeira atuação com ambas, nem com a artista, nem com a trajetória do museu.
A exposição é parte da publicização da pesquisa da artista sobre Adinkras, iniciada em 2017, que agora se propõe a realizar intervenções artísticas provocativas no acervo do Museu.
Como temos muitos anos de interlocução e colaboração fui convidada por ela a cuidar da curadoria e contribuir na reflexão sobre as relações entre gestos artísticos e musealização de objetos históricos.
Ambas entendemos a curadoria como diálogo entre saberes de campos que se iluminam.
Assim trabalhamos, com a arte iluminando a prática museal e vice-versa, e nos pusemos a campo para acessar os objetos expostos e os registros museológicos do acervo. Nesse caminho reencontrei um documento que registra meu trabalho como Diretora do Departamento de Memória e Turismo, entre 2002 e 2004: a página que abre os livros dos registros do inventário do museu. Os livros são resultado da reorganização completa do inventário do acervo, realizado em 2002-2004, dando sequencia ao que fora iniciado em anos anteriores. Todo este trabalho foi feito pela equipe do museu, com muito profissionalismo. Meu único papel foi garantir as condições institucionais e estruturais para essa ação.
Hoje, tenho muita alegria e orgulho de encontrar este trabalho e, como pesquisadora, usufruir de tudo o que ele possibilita para acessar o acervo e propor reflexões para continuar a pensar criticamente a história de Campinas.
Obrigada a toda equipe do museu e a Andrea, por me provocar a olhar para Sankofa: “nunca é tarde para voltar e apanhar aquilo que ficou atrás”



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